quarta-feira, 13 de março de 2024

Parte 1 - Um pouco da história dos games da década de 70, as rivalidades e os camaradas mais viciados das quebradas!

      Não é de hoje que cada geração possui seus melhores gamers! Jogadores que fogem aos limites das normalidades comuns. Visão aguçada e afiada, ouvidos certeiros, perspicácia... momento certo de atacar e defender, atirar ou fugir, pular ou iniciar uma sessão de golpes finalizando com absurdos 32 hits; tudo isso mencionado e execultado na hora exata e perfeita. Os chamados "prodígios"! Eu mesmo já me deparei com vários assim. É até difícil fazer um ranking, direcionando cada um em sua respectiva posição. Consegui obter algumas vitórias, mas em sua maioria, fui massacrado. Mas eu dava "round"! Inclusive, muitos alegaram que eu estava entre os melhores da cidade. Eu questinei, e disse que tinha muito o que aprender. Na verdade, a gente nunca deixa de aprender!!!
     Mas no mundo dos games é preciso definir alguns quesitos como o estilo e a forma de dispulta (pontuação, rounds, placares, sobrevivência, etc). Existem vários gêneros e sub-gêneros, e um jogador de jogos de luta pode ser horrível em jogos de tiro, o que é super normal. E assim, surgem vários ciclos e cirandas em torno do mundo dos vídeo games. Tem gente que só joga um tipo de game, e tem aqueles que jogam de tudo! Eu mesmo, por exemplo, jogo de tudo, desde jogo de porrada, ação, aventura, terror, corrida (seja de carro, moto, bike, formula-1, etc), futebol... e por aí vai. No entanto, sou melhor em games de luta, RPG, ação, aventura e terror; e meu precioso Super Tetris 3, do Super Nintendo, que adoro! Bater meu próprio record, agilidade, velocidade, olhos aguçados, técnica em manipular os comandos do joystick... cara, muito FOOOODA! 
     Voltando para os quesitos de grandes jogadores e dispultas épicas, os vídeo games iniciaram o marco da rivalidade sadia e divertida, ambas compartilhadas ao mesmo tempo! Arrisco a dizer que a ciência, o futebol e os vídeo games são fortes quesitos para alcançar humanidade evolutiva e paz mundial!!! E isso só depende de nós e de nossa postura ética. Mesmo para aqueles que cometeram erros grotescos, absurdos, e até mesmo aqueles cometidos de formas involuntárias, meu... "nunca é tarde para se reerguer e reconstruir sua história"! E olha que é eu que estou falando, ou seja, um cara que já foi hiper-mega-ultra errado nessa vida! Mas simplesmente procuro aprender com os meus erros, para o bem, esquecer o que foi ruim, seguir em frente, e ajudar animais abandonados e famintos, e algumas pessoas... ajudar quem precisa, de acordo com minhas condições financeiras, sociais e emocionais. Procuro ser um homem melhor dia após dia, noite após noite!!!
     Tá! Fugi do assunto grandão mesmo! Voltemos aos games! Mas antes de comentarmos sobre as rivalidades e combos a parte, vamos sacar um pouco do início das dispultas em games eletrônicos. Como vocês sabem, a história dos games é longa e complexa, então, deixaremos tal assunto para outro capítulo. Vamos avançar mais no tempo... lá para os anos de 1970. Sim, isso tudo culminou-se nos anos 70. Pelo menos na minha modesta opinião. Alguns games irão ser mencionados aqui, devido as suas inovações, nível de diversão e lucratividade, além, é claro, da rivalidade. Foi um marco inicial único para a era dos jogos eletrônicos. O início de sua real expansão global.


Fliperama da década de 70 - imagem da internet.

     ºGALAXIAN - começamos com KAZUNORI SAWANO, o desgner do game GALAXIAN, da NAMCO/MIDWAY, que data do ano de 1979. Game formidável, onde você assume o papel de um piloto de nave inter-galáctica, numa luta aero-espacial contra tropas alienígenas. É um de meus favoritos, principalmente pelo fato deste game não ser tão "parasitado" dentre os jogos de espaço-naves da época. Os inimigos vinham em sua direção, e você tinha de ficar esperto em atirar e desviar. Ótimo game das antigas, e maravilhoso para se divertir, e ao mesmo, tempo rivalizar com um amigo, para ver quem consegue fazer mais pontos!

Cena do game Galaxian - imagem da internet.


Cena do game Galaxian - imagem da internet.



     °PONG - agora vamos mencionar o famoso PONG, que data do ano de 1972. Muita gente acha que Pong foi o primeiro game da história, porém, isso não é verdade, e sequer também foi o primeiro game de tênis. Apesar destes fatos, Pong foi o pioneiro dos jogos eletrônicos que provaram rentabilidade e lucratividade para com o ramo tecnológico inovador do momento, além, é claro, de ser o game mais importante da história! E isso eu posso mencionar com convicção e sem exageros! Sei da importância de seus antecessores, mas Pong foi O CONSOLE! Suas vendas foram uma prova disso. Pena que nessa época, a ganância já existia neste ramo, o que de fato, levou a Atari as ruínas! Mas isso é papo para outra hora.

Logotipo da Atari e seu arcade - imagem da internet.

     Muitos consideram o Pong o game mais importante da década de 70. Quando o primeiro game Pong foi lançado, um sucesso estrondoso aconteceu no verão de 1972, e uma avançada produção de gabinetes (arcades ou máquinas de fliper, se preferirem assim  mencionar) se iniciou. Não tardou, e três anos mais tarde, uma versão doméstica chegou ao mercado, iniciando-se assim, uma febre game-maníaca jamais vista antes no mundo.

Uma jogatina de Pong - imagem da internet.

     Foi a partir daí que vídeo games começaram a ser jogados tanto em estabelecimentos de fliperamas, quanto no conforto de uma casa. Quem diria que uma simples tela preto e branco, um par de raquetes, uma "bola quadrada" (o Kiko iria adorar isso), um sistema de pontuação e sons elétricos que pareciam uma campanhia com defeito, iriam ser o "brinquedo" mais divertido do mundo! E sim! Existia rivalidades desde essa época, onde se marcavam os placares, tornando o game leal e justo.

Cena do game Pong - imagem da internet.

     Sei que muitos vão falar das ausências dos nomes dos criadores da Atari, Nolan Bushnell e Ted Dabney, e também da crise dos jogos eletrônicos, em 1983 a 1985, mas isso é um texto que irei trabalhar/abordar... e construir... em outra ocasião. 
     O que realmente importa, de fato, é a importância do Pong no mundo das diversões eletrônicas e o seu princípio histórico.


    °THE OREGON TRAIL - agora iremos mencionar um game, no mínimo... inusitado, ou seja, THE OREGON TRAIL, que data do ano de 1975. Ele foi desenvolvido totalmente para quesitos educacionais, para alunos do oitavo ano, sobre as realidades da vida no século XIX, isso em 1971. Em 1974, a MECC (Minnesota Educational Computing Consortium) contratou RAHITSCH, onde o mesmo, "carregou" o código do jogo na rede compartilhada da MECC, modificando os detalhes do game e melhorando-os! Ao ano seguinte, o game foi renomeado para Oregon, e foi publicado em todas as escolas da rede.

Cena do game The Oregon Trail - imagem da internet.

     Sendo o game mais popular da MECC, tão logo, as escolas fora da rede começaram a apresentar tal obra aos seus alunos no incrível e recém-adotado APPLE II.
     Neste game não existe rivalidades ou algo do tipo, mas desde os anos 70, já tínhamos temas de jogos escolares e educacionais; e isso, é importante ser citado!

Cena do game The Oregon Trail - imagem da internet.

     
    °COMPUTER SPACE - agora iremos falar sobre o injustiçado COMPUTER SPACE, que data do ano de 1971, desenvolvido pelos futuros co-fundadores da Atari. Além de ser o primeiro game de arcade, foi também o primeiro vídeo game comercialmente disponível no planeta. Adivinham quem foram os criadores desta obra? Sim! NOLAN BUSHNELL e TED DABNEY.

Imagem da internet.

     Além da ótima jogabilidade para com a época, e os gráficos que lembravam, de fato, o espaço sideral, era o gabinete que chamava à atenção dos gamers, devido sua elegância e formato único, pois a fibra de vidro apresentava curvas e tinha um aspecto extremamente futurista, principalmente quando mencionamos que estamos datando da década de 70.

Cena do game Computer Space - imagem da internet.

     Computer Space vendeu pouco mais de 1.500 unidades (outras fontes dizem que foram até menos - por isso o chamo de game injustiçado), não sendo um grande sucesso financeiro. Acredido que faltou "time" e relevância para tal obra! Porém, o mesmo é sim divertido, e perfeito para desafiar um amigo para score de pontos e longevidade ao decorrer do game!

Imagem da internet.

     °ASTEROIDS - vamos falar agora de ASTEROIDS, da Atari, que data do ano de 1979. Meu, tá aí um game clássico que simplesmente amo! O game permite ao jogador controlar uma nave espacial em meio a uma imensidão de campos de asteroides e naves alienígenas inimigas. E ao comando desta, terás (ou tentarás, porque o game é difícil pacas) de destruir e evitar os objetos espaciais e os discos voadores. E uma característica legal deste game clássico, é que  o jogador pode permanecer imóvel, ou então, mover-se, usando os propulsores ou saltando pelo hiperespaço para um local aleatório. Meu... para a época, isso é bem legal.

  Cartucho oroginal - Imagem da internet.

            Sem novidades em comparação aos jogos da época, o game era um "papa-fichas", literlamente; ou seja, quanto mais tempo se joga o game, mais difícil fica!

Arcade original - imagem da internet.

     Um game muitíssimo desafiador, divertido e também és considerado um dos primeiros gabinetes de arcade de super sucesso a surgir durante a idade de ouro do início da era dos jogos eletrônicos; além de tudo isso, também influenciou muitos programadores.
      Ultrapassou as vendas de SPACE INVADERS, com mais de 70.000 unidades espalhadas em flipers e salões de games em todo o planeta, alcançando recordes únicos e sendo o game mais vendido da Atari.



      °SPACE INVADERS - agora falaremos de uma outra obra de arte magnífica, ou seja, SPACE INVADERS. Neste clássico, controlamos uma espécie de canhão, que move-se horizontalmente. Existe também quatro barreiras verdes, para lhe proteger, nas quais se degradam a medida que são atingidos por tiros, sejam de seu canhão (ou nave espacial, se preferir) ou de inimigos. A frota inimiga de naves espaciais avançam em direção ao jogador, ficando cada vez mais veloz e empolgante, conforme à medida que se aproximam.

Imagem da internet.

      Além disso, existem discos voadores que se movem ao topo do ecrã, para aumentar ainda mais o padrão de dificuldade e prolongamento do game. És um game onde o jogador tens de ter técnica, habilidade e paciência!
     Este jogo eletrônico é simples e dinâmico, porém, como mencionado acima, com uma dificuldade elevadíssima, principalmnte porque as naves inimigas em geral disparam de volta contra o jogador.
     A Taito vendeu tantas, mas tantas unidades, que a expansão dos salões de jogos foi demasiadamente gigantesca; isso foi benéfico aos gamers, pois poderiam melhor se concentrar no divertimento eletrônico e também em ter um ambiente próprio para com os mesmos, além, é claro, de torná-los pontos de encontros entre os gamers das mais variadas idades e gêneros; e ambiente de sociabilidade.

Imagem da internet.


     O danado do game era tão bom, que causou uma enorme escassez de moedas no Japão, devido a alta popularidade.
     Em quesitos de rivalidades e dispultas, também não ficava atrás dos demais jogos da época!

°ZORK - neste, um grupo de estudantes do MIT, trabalhava em um jogo baseado em texto, tornando-se um dos jogos mais importantes da década de70 (mesmo não tendo sido o primeiro de seu gênero na sua época). Houve um outro game também que colaborou com bases nas inovações do mesmo, chamado de COLOSSAL CAVE ADVENTURE, em 1976.

Imagem da internet.

Imagem da internet.

      Antes destes dois clássicos, os games não apresentavam história; eram simplesmente diversão, dispulta, ação e o controlador, não apresentando uma narrativa própria e coesa. Mas estes dois games mudaram isso, criando "mundos e universos" mediante textos descritivos, bem elaborados, e não exibindo sequer uma única imagem.
      Agora falando do game propriamente dito, o jogador controla à história ao introduzir direções e ações para com o seu aventureiro; e seu principal objetivo é retornar do GRANDE IMPÉRIO SUBTERRÂNEO, com tesouros específicos necessários para completar à aventura.

Zork para PDP - 10 (1977) - imagem da internet.

      Foi a partir de Zork que surgiram outros games baseados em texto, e graças a tal façanha, eventualmente os jogos eletrônicos evoluiram para os modernos games de interpretação de papéis em vídeo, que de forma contínua, dominam as industrias de jogos eletrônicos até hoje.
      Devemos lembrar também, que na década de 70, os programadores quebravam suas cabeças tentando encontrar novas formas de imagens em um ecrã de computador.

CONTINUA...

terça-feira, 30 de agosto de 2022

As tretas de fliper. Por: Aristóteles Diego

Uma imagem que exala nostalgia.

   Salve, meus queridos "classiqueras" e ratos de fliperama. Espero que estejam tudo bem com vocês! Passei um tempo sem postar nada (mesmo porque eu só fiz uma postagem até agora), mas prometo compensar tamanha ausência com um tema que é no mínimo intrigante, engraçado e é um papo dos amigos daquela época que sempre vem a tona, ou seja, as tretas de fliperama. Vem cá, tu que é das antigas e que era rato de fliper, vai me dizer que nunca teve ou entrou numa treta por causa de uma ficha perdida, um combate injusto aos seus olhos, ou porque simplesmente o valentão viciado da quebrada não aceitou à derrota e desligou à máquina, quando, tu, finalmente, depois de perder 337 fichas, enfim conseguiu ganhar dele. Isso tudo que eu mencionei e mais um monte de rilias que aconteciam ali por causa da impaciência e virtude de sempre querermos fazer um combo preciso e certeiro; ou simplesmente querer ser o melhor de todos! Ou as vezes apenas pra impressionar platéia. Tinha vezes, é claro, que as treta eram ocasionadas por desentendimentos particulares ou por apenas molecagem mesmo. Uns xingamentos que tu só ouvia naquele ambiente. Alí era o antro inovador de palavrões obscenos possíveis, dos xingamentos mais pagãos, até os mais toscos e engraçados que te trolavam de rir (eu tô rindo neste momento, sozinho, enquanto teclo e faço este trampo ao mesmo tempo). Eita época boa! 
     Normalmente, para os apaixonados em games clássicos, que nasceram ali por meados da década de 70, 80 e 90, no início ou final da infância, entrando para as catedrais da etapa inicial da adolescência, em uma boa parte dessa fase da vida, passamos em fliperamas e locadoras de jogos. Há também aqueles que nasceram com a sorte de ter um vídeo game em casa desde cedo, mas a maioria arrasadora tinha de se virar (e contentar-se) nos fliperamas e máquinas (arcades) espalhadas em botecos, cômodos míudos... apertados, e até mesmo em padarias. Casas de jogos eletrônicos naquela época era mato! Conheço nego aí que andava pra carai só pra curtir uma jogatina de fliper, kkkkkkkkk. Então já viu, né?! Nesses locais o fluxo era tremendo, principalmente entre crianças e jovens; porém, devo ressaltar que era um ambiente extremamente machista. Eu mesmo, demorei pra ver uma garota jogar em fliperamas (e foi minha primeira namorada da vida, na qual não sei de seu paradeiro e nem converso mais - e espero que assim continue). Depois dela, só vi isso acontecer aqui em Brasília mesmo, isso já com uns 22 anos (em Catalão, tinham os fliperamas da Paula, lá pelas bandas do Bairro Multirão, e da Dona Maria, na saída do Prima, rumo de traz do asfalto, sentido Pé do Morro; mas elas não jogavam, eram apenas comerciantes. Resumindo: se a mina não tivesse um game em casa, uma família liberal e mente aberta (porque os vídeo games eram vistos, pela maioria da sociedade, como algo ruim, de marginalização e até mesmo macabro), então, provavelmente, a garota só iria ficar na vontade de se divertir perante um arcade ou console. E mesmo que fosses uma garota corajosa o suficiente para ir sozinha no fliper, teria de ficar sempre em atenção constante devido aos olhares gulosos, obscenos e machistas dos adolescentes daquela época (claro que não mudou muita coisa, só piorou, na verdade). O jeito era ir sempre acompanhada do pai, irmão ou primo, pra não sofrer tais desrespeitos e nem cantadas baratas. Mas ainda assim, a força feminina dos games já existia desde aquela época! Ah, e Falando em gulosos, os fliperamas eram onde existiam aglomeração de moleques, em sua maioria, pequenos encapetados gulosos, com línguas afiadas e massas corporais cheios de vida, e sempre... sempre havia muita risada e diversão... e também suas discurssões e brigas! Claro que em sua maioria, não era coisa tão séria como numa partida de sinuca valendo grana, mas as vezes, à tensão era alta, e quase realmente aconteciam vias de fato. Eu mesmo presenciei o resultado de um cenário destruidor, ocasionado por causa de uma briga que envolvia apostas em sinuca; Tal embate ocorreu em um estabelecimento que era uma mistura de bar com fliperama. Os jogadores se desentenderam, gerando briga generalizada, e devido a esta ocasião violenta, quebrou-se um dos arcades (The King of Fighters 97), e resultou em alguns feridos, envolvendo até mesmo à polícia. Maldita seja essa mesa de sinuca que ficava no fliper, pois perdemos por alguns dias nosso melhor arcade em virtude de toda essa confusão!!!
     Agora eu mesmo só participei de uma briga de fliperama, resultando em violência física apenas uma vez. Eu estava errado e já paguei por este erro! Na verdade, paguei por este erro na mesma noite de tal fato. E foi no mesmo fliper que rolou a treta da briga de sinuca, ou seja, no famoso Gerssim (Pica Pau Bar), o ÚNICO FLIPERAMA DO PRIMA, e o melhor de toda aquela redondeza, incluindo Pé do Morro, Multirão, Teotônio Vilella, São José e Bairro das Américas. Tinha gente que saia de outros bairros afastados só pra curtir um game e tomar uma cerva no bar e fliper do Gerssim. Isso era fato! Enfim... fora tudo isso que mencionei, não via mais do que "bate-boca", alguns empurrões, xingamentos, e a famosa frase: - "vô te pegar lá de fora" - , mas, nada que um baseado ou umas goladas de cerveja, milagrosamente, os fizessem ficar em paz! Até o final da tarde, já estavam todos de bem uns com os outros!
     Porém, existia uma verdade: fliperamas nos bairros mais centralizados eram os que tinham maior concentração de crianças, jovens e adultos. Talvez por ser mais seguro e por terem maiores opções de consoles, arcades e jogos. Eu morei no centro da cidade de Catalão até os meus seis anos de idade, e mesmo com a vida ingênua, já era capaz de distinguir e aprender várias coisas; os vídeo games aprimoraram isso. Bem... os flipers centrais eram estabelecimentos cheios durante todo o dia, e mais cheios ainda no período noturno. Suas fichas eram mais baratas, vendiam-se refrigerantes, laranjinhas e guloseimas de todos os tipos a preços super acessíveis, e era super e muito legal estar alí! Mesmo com o preconceito (que naquela época era super forte) da época, na qual a sociedade ignorante mencionava que quem frequentava fliperama era bandido, mal elemento e tudo de ruim que existisse na bíblia ou na mídia do povo primitivo daquela geração. Minha família mesmo era super preconceituosa, e ninguém aceitava as tecnologias da época; por sorte, aceitaram TV's e rádios com toca fitas, só isso! Demorou pra minha mãe aceitar um mero vídeo cassete em casa, quanto mais vídeo game. Só que por INSISTÊNCIA E PERSISTÊNCIA MINHA, e também, a ironia benfeitora do destino, acabei me apaixonando mais e mais pelos games, e isso graças aos meus dois irmãos maternos, Alexandre e Rodrigo; estes são os responsáveis que me apresentaram MK2 e Super Street Fighter 2 - The new challengers, pela primeira vez. Foi único aquilo! Os dois primeiros games que joguei em minha vida, e que mesmo sem sequer ter ideia do que eu estava fazendo naquele mediante joystick em minhas mãos, logo de cara, me apaixonei! Me apaixonei pelos gráficos, trilha sonora, jogabilidade e movimentos variados de lutas ali mostrados naquelas preciosas obras de jogos eletrônicos! Agora só faltava aprender à jogar!
     Quando entrei pela primeira vez na minha vida, num fliperama, eu fiquei como esse guri da figura abaixo... LITERALMENTE! E LITERALMENTE... SOU ASSIM ATÉ HOJE (só que eu entrei com 6 anos de idade, e hoje, estou com 36)!!!

Não mudou absolutamente nada da expressão fisionomica!

     Minha mãe, por diversas vezes, irada, se dirigia ao fliper, pra me buscar, sempre com alguma cinta na mão, ou com os olhos fervendo de raiva. As vezes ela inovava no quesito de castigo, usando uma vara de goiaba, um porrete ou cabo de rodo, no momento de tortura, kkkkkkkkkkkkkkkkk. Mas eu não a culpo! Tadinha da minha veia, porque eu era feroz naquela época... cruzes, uahahahaha!!! Mas confesso-lhes: tudo teria sido diferente se ela e o meu projeto de pai, simplesmente tivessem aceitado os games em minha vida; e se eu tivesse ganhado um console caseiro naquela época, garanto que eu seria uma criança bem menos problemática; na verdade, eu teria passado mais tempo em casa, e não teria aprendido tantas e tantas coisas ruins. Eu, quando criança, sentia inveja dos meus amigunhos que tinham uma vida boa, e que tinham vídeo games em casa. Sentia mesmo! Mas enfim... passado é passado! E éramos muito pobres; não posso culpar minha mãe, nem ninguém da minha família por não ter um vídeo game. Era uma época de crises financeiras absurdas, e a inflação era como uma montanha russa, que vivia subindo e descendo! E consoles caseiros eram muuuuito caros na época! Como eu disse anteriormente, quem tinha um vídeo game em casa, era considerado sortudo! Muito sortudo mesmo!!!
      Também tinha o fato de encontrarmos os amigos nos flipers. Meu... era tanta abobrinha que a gente falava; tanta zuação... nos divertíamos muito, pra caramba!!! E na maioria das vezes, tínhamos disputas saudáveis! Acirradas, por sinal, mas saudáveis. Inclusive, até hoje, tenho muitos amigos da infância e adolescência, onde os conheci na época dos fliperamas. Outros, no entanto, desapareceram... nunca mais os vi. Uma pena, infelizmente, pois alguns dos melhores gamers que conheci foi nessa época, e todos sumiram do mapa. Nunca mais os vi. Devo ressaltar aqui alguns nomes de gamers que desapareceram ou que faleceram; todos eles eram bons nos jogos de luta! Aí vai: Netto, Dedê, Kléber; os finados Trottim, Oripão e Manteiga. Vocês estão sendo lembrados aqui, meus amigos! Sinto falta de você!!! Mas enfim... continuemos...!
      Jogar Real Bout - Fatal Fury Special e Street Fighter - Champion Edition, nos finais de tarde era mágico e único! O ambiente era maravilhoso e emanava uma energia de disputas cordiais e diversão, ambos unificados! Cordialmente, parecia combinar com o clima de final de tarde catalano, com pôr-do-sol goiano. Tudo isso é maravilhoso e nostálgico demais!

Real Bout - Fatal Fury Special.

     Os arcades que sem sombras de dúvidas davam maior números de tretas nos flipers da minha cidade eram os da série The King of Fghters, e algumas vezes os games Real Bout, Street Fighter e suas versões, além do apelativo Mortal Kombat (principalmente o Ultimate 3). Os donos de fliperamas ficavam irados quando as rilias começavam, ou quando suas máquinas eram "agredidas" com murros e tapas. Existiam alguns tipos de jogadores que não aceitavam perder ou o "jeito de seu oponente jogar". Como vocês sabem, em todos estes games mencionados, o uso de magia é exageradamente livre; então já viu, né?! Menções como "jogo de pato", "joguim de Maria", "peba", e mais um monte de xingamentos obscenos faziam parte do nosso cotidiano mundo esportivo e eletrônico. E sim, éramos maior boca suja!!! As vezes, certos jogadores não aceitavam perder para estes tipos mais fracos, aí eles, putos de raiva, ficavam grilados e decidiam não passar o controle (no caso de jogatinas em consoles nos flipers ou mesmo na casa de algum colega), não sair da máquina e dar a vez ao outro adversário... isso quando o apelão sujeira desligava o arcade, na cara dura, fazendo o vencedor perder sua ficha. Tinha também os que quase quebravam os controles, ou seja, apertavam os botões e a direcional de tudo quanto é jeito, e a sorte determinava se eles seguia adiante com o game ou não (agora eu me lembrei do finado Baianinho, que era uma patrola de controles - que Deus o tenha em um bom lugar, meu amigo); nem preciso dizer como isso despertava a raiva nos donos dos arcades e donos de estabelecimentos. E na maioria das vezes, as máquinas e os controles estragavam por causa desses "mãos pesadas". Tínhamos que passar por esse obstáculo também. Era cada figura agressiva e tosca que aparecia. Mas ninguém apelava com isso. Era-se uma outra época, onde as pessoas eram mais pacientes e tranquilas!

Intro de Street Fighter 2 - Champion Edition.







     Bem... vou terminando por aqui esta segunda postagem. Em breve, começo um terceiro texto/trabalho, com os nomes dos principais jogadores da época, mas não é certeza que o farei tão logo! Estou demasiadamente atolado de trabalhos escolares e estudos pra se concretizar. No entanto, sempre que tiver um tempinho livre, irei publicar diversos conteúdos por aqui, no nosso espaço clássico.
     Espero que tenham gostado do texto, das imagens e vídeos! Fiquem bem, todos vocês!!!

Ass: Aristóteles Diego, escritor. 

domingo, 24 de abril de 2022

A primeira postagem... um pouco da história!

     Olá amigos... tudo bem? Espero que sim! 
     
     Nesta primeira postagem, quero dar as boas vindas aos leitores! Também especificar quais são os conteúdos que serão postados e ministrados aqui. Neste blog, falarei muito, mas muito de games, animes, RPG, card games, séries e filmes relacionados aos mesmos, dentre outras obras clássicas. Além de minha opinião, o visitante também és bem vindo para dialogar e opinar, desde que com o devido respeito!
 
Tela de seleção de personagens de MK 2.



     Mas a principal prioridade aqui serão os games clássicos, minha eterna paixão! E a primeira postagem será justamente deste maravilhoso mundo eletrônico e manipulável que me conquistou logo aos oito anos de idade, isso em 1996. Graças aos meus irmãos maternos, que me apresentaram essa arte única do mundo, minha vida mudou-se completamente. Foi espantosa à forma de como aqueles gráficos e trilha sonora mudaram a minha vida e forma de pensar. Mas nem tudo foi as mil maravilhas...!!! 
 
Tela de seleção de personagens de SFF 2 - The new challengers.

     A época não era fácil! Era dureza! Minha família era muito pobre, e meu pai foi ausente durante praticamente nossa infância inteira. Era difícil ter entretenimento desse tipo em casa, então restava apenas os fliperamas e as brincadeiras. Eu e meus irmãos brincávamos destes jogos de luta, sabíamos imitar todos os movimentos e vozes dos personagens. As músicas de cada estágio estão em minhas memórias até hoje. E os pioneiros de tamanha imaginação, amor e doutrina foram os games Mortal Kombat 1 e 2; as versões de Street Fighter 2 - The New Challengers e Champion Edition, além de Capitão Comando e Final Fight 3. Conheci todos na época da Festa do Rosário e também em um fliperama das antigas que existia em minha cidade natal - todos o chamavam de Japa. Na boa, esse foi "O FLIPER" de Catalão! O melhor que já existiu. Não que os outros existentes tenham sido inferiores! Não! Jamais! Mas é que os pioneiros são únicos, e este fliper da época era tudo de bom no quesito de arcades e consoles, além de ter inúmeras opções de games! Fora isso, era um bom ponto de encontro para os amigos se encontrarem, e também o de melhor localização na cidade, já que ficava em bairros considerados seguros na época. Primeiro ele se habituou perto do famoso colégio "Marca - Tempo", em Catalão, e depois, em seu último local de habitat, foi para o bairro Nossa Senhora de Fátima; ficava ali de frente onde era a antiga "Casa das Viúvas" e atualmente funciona o Materno. Local onde ficou até os últimos dias de sua existência. Não devemos esquecer da Festa do Rosário, que sempre acontece em Outubro (lembrando que essa festa existe até hoje, só que já não é mais a mesma coisa como antigamente). Meus avós maternos moravam numa das principais ruas onde aconteciam tal comemoração, acima da Madeireira Catalana, loja que existe até hoje. Eram doze dias de festa, se não me engano (acho que ainda é); bastava apenas cruzar o portão e pronto, já estávamos de frente aquela legião de barracas improvisadas, com seus comerciantes vendendo tudo quanto é tipo de bugigangas, desde roupas até guloseimas de vários tipos. E cara... os flipers sempre vinham com arcades fodas, com games maravilhosos, que não eram vistos tão facilmente. Era lindo de se ver, aquele tanto de fliper, um colado com o outro, emanando os sons maravilhosos de Hadoukens, Shouryukens, "Roteteturuges" e etc! Bons tempos aqueles!!!
 
Tela de seleção de personagens de SF 2 - Champion Edition.


Tela de seleção de personagens de MK 1.

     Mas como lhes disse, a vida não era nada fácil, e até mesmo pra jogar uma mísera ficha era penoso. Além de termos as dificuldades financeiras da época, tinha o preconceito familiar e da sociedade que insistiam que vídeo games eram coisas malignas, de bandidos e malandros. Eu mesmo já levei cada taca da minha mãe, várias e várias vezes por causa dos flipers. Mas eu já sabia que nada iria impedir e bloquear o meu amor pelos games. Fui persistente e teimoso pra carai.  
     Até os meus dez, onze anos, eu era apenas uma pequena criança que apreciava mais os gráficos, cenários e trilha sonora. Eu não sabia jogar! Apertava todos os botões ao mesmo tempo, quase quebrando o controle. Meus irmãos, uma vez ou outra sempre me levavam, e eu achava isso maravilhoso! Eles me mostraram esse mundo maravilhoso, mas tive que aprender a jogar sozinho. E cá entre nós, não foi nada fácil, principalmente para os quesitos da época, pois não existia internet pra ajudar. Bem, até que existia, mas ela era precária e praticamente inexistente na minha cidade. Eu mesmo fui conhecer computador já tinha mais de quinze anos de idade, e de forma bem "tímida", pra ser sincero.

Tela de seleção de personagens de Capitão Comando.

Final Fight 3, o melhor "briga de rua" dos consoles domésticos.

     Mas o tempo foi passando, e eu me especializando e admirando cada vez mais. Só de olhar os caras grandões jogar, eu já aprendia. Mesmo quando eu perdia, era legal, pois acabava de uma forma ou de outra obtendo experiência. E também fui conhecendo novos games, explorando cada vez mais novas temáticas, consoles e diversões únicas proporcionadas para a época. Games como Donkey Kong, Super Mário World, Top Gear, International Super Star Soccer, Bomber Man, Killer Instinct, Sonic Wings, Biker Mice, Black Thorne, Sunset Riders e vários outros estavam em alta. De longe, muito antes de chegar aos fliperamas, já se ouvia os sons ministrados pelos auto-falantes das TV's de tubo e dos arcades. E cá entre nós: pra quem viveu aquela saga, era música para nossos ouvidos.

Jago fazendo Spinal dançar na humilhação.


Um dos melhores games de velocidade do SNES, e com uma trilha sonora implacável.

     Lembro que na minha cidade existiam vários flipers, mas os de mais abundância eram aqueles que tinham o Super Nintendo. O mais atraente era o Japa, que tinha consoles SNES e arcades; além de vender guloseimas e ser bem espaçoso. Inicialmente, ele ficava perto do Colégio "Marca Tempo" (Colégio David Persicano) e depois foi para um pouco mais "pra cima" do local onde se situava, no mesmo bairro (Nossa Senhora de Fátima), só que dessa vez, de frente a antiga Casa das Viúvas, onde hoje funciona o Materno Infantil. Uma curiosidade do primeiro local mencionado é que bem na entrada tinha o logo do Mortal Kombat. Chamava muita atenção, aquele símbolo, e era um comitê de boas vindas aos gamers da época. 
     Mas os outros também eram legais. Lembro de flipers que ficaram nos seguintes lugares (pra quem é catalano raiz das antigas, vai sacar): na rua do córrego, no Centro, tinha um dos mais antigos da cidade; se não me engano, ficava ou era perto da Galeria Chaud . Eu me lembro de ter ido nele apenas umas quatro ou cinco vezes, mas foi neste que vi arcades únicos como Mortal Kombat 3, Tartarugas Ninjas (não me lembro à versão, mas era um beat'em up fodástico), Killer Instinct (também não me lembro à versão) e os demais jogos de luta que faziam sucesso na época. 
     Tinha o Gugu Vídeo Game, que ficava na rua Leopoldo de Bulhões. Assim como o Japa, foi um dos melhores, pois tinha arcades e SNES em abundância. Vendia laranjinha e salgadinhos, e era tão lotado quanto o Japa. Talvez fosse o único fliperama que batia de frente com o protagonista japonês. Foi nele que vi arcades como Double Dragon e Capitão Comando (COM QUATRO PLAYERS - coisa super rara), além de Cadillacs and Dinosaurs (COM TRÊS PLAYERS - outra preciosidade rara).  


Arcade do game Capitão Comando, para quatro jogadores.


Arcade do game Cadillacs and Dinosaurs, para três jogadores.

     Foi no Gugu Vídeo Game (ele tinha o apelido de Fabim) que tive meu primeiro trampo com games. Depois da aula, eu vazava pra casa igual a uma bala de 38, trocava de roupa, almoçava igual um mendigo desesperado de fome, e depois de fazer as tarefas escolares, sempre ia ao fliper dele, pra ajuda-lo: olhar o estabelecimento quando ele não estivesse, trocar os cartuchos, manter o ambiente limpo e etc. Aprendi a fazer laranjinha e a sacar conceitos de voltagem com ele; também aprendi a fazer limpezas de cartuchos e consoles. O pouco troco que ganhava sempre iria para as mãos da minha mãe, e no final da tarde, ele me deixava jogar até o fliper jogar. Eu tinha uns dez, onze anos na época, e fiquei aprendendo e trabalhando com ele até os quatorze anos, mais ou menos. FOI MARAVILHOSO ESSA ÉPOCA!!! No Japa, também cheguei a fazer alguns "bicos", mas foi apenas por algumas raras ocasiões. Depois disso, o Gugu viria a participar da minha vida de gamer em mais algumas ocasiões, mas esses fatos ainda não vem ao caso.

Uma das cenas mais gores de Cadillacs and Dinossaurs. Careca filho da puta! Fatiando o pobre dinossauro.

     Outros games antigos foram a Play Game, o fliperama do Vandeval Florisbelo, que já foi um importante vereador de Catalão, professor e ilustre político da cidade. Lembro da época em que tinha apenas SNES, depois vieram os PS1, PS2, alguns outros consoles modernos, até a sua extinção. Ele ficava de frente a Velha Matriz, se não me engano, na rua Ademar Ferrugem. O Vandeval era muito gente boa e sempre dava umas horinhas há mais pra gente.
     Outro fliper de destaque foi a Stop Games, do seu Antônio, que na época tinha SNES. Ficava praticamente na esquina do Cemitério Municipal. Era um ótimo ambiente e vivia lotado. Foi nele que joguei PS1 pela primeira vez na minha vida (TEKKEN 2 e Mortal Kombat Trilogy). O mais interessante é que esse game também teve uma sede ali perto do Colégio Caic (o endereço me é desconhecido, mas ficava praticamente na divisa entre o bairro Primavera e Multirão; e só tinha PS1. Descendo ali a rua do Caic para o Multirão, era questão de minutos até chegar, Mas o mesmo durou pouco por ali (porém, consegui zerar Yu-Gi-Oh! Forbidden Memories, quando enfim tive o meu primeiro memory card da minha vida). A diferença da Stop Games para com os demais já mencionados e que ainda serão citados, é que a sede ainda existe, mas não como fliperama, mas sim como loja de vendas de utensílios de games e eletroeletrônicos. Se for levar ao pé da letra, é a loja de games mais antiga de Catalão e que ainda está em atividade. Vida longa a Stop Games!!!
     Ali no Multirão teve vários outros flipers que ficavam apenas em garagens e em cômodos miúdos. Tinha o Ricardo, que ficava de frente o Campo do Multirão e tinha como destaque consoles e dois arcades: um era Real Bout - Fatal Fury Special e a outra era The King of Fighters, que sempre variava de versões (uma hora era KOF 97, 98, 2002, 2003...). Lembro de um fliperama que também ficava no Multirão, dentro de uma garagem. Tinha arcades super legais, como Real Bout - Fatal Fury, Samurai Shodown 2, The King of Figjhters 95 e 96. Mas este eu sinceramente não me lembro muito bem de onde exatamente ficava, pois eu era muito moleque e minhas memórias para com o mesmo são muito vagas.

Tela de seleção de personagens de Real Bout - Fatal Fury.


     Tinha também a Dona Maria, que já ficava do outro lado do asfalto, resumindo, na divisa entre o bairro onde eu morava (Jardim Primavera) e o Pé do Morro (Vila Cruzeiro). Pode-se dizer que foi neste fliper, que ficava em um cômodo, onde aprendi a jogar de verdade, e foi neste que também conheci os melhores jogadores de jogos de luta da minha vida; vou recitar os nomes de alguns aqui que lembro, pois eles merecem ser lembrados: Netto, Dedê, Edmilson, Trotim, Oripão - tinha mais alguns, mas infelizmente não lembro os nomes deles. Aprendi muito com eles, inclusive à perder, UAHAHAHAHAA! A Dona Maria também era o local onde variados arcades sempre davam as caras. Foi o único fliper onde vi Metal Slug, Cabal (um joguinho de tiro bem antigo, de 1988, mas era ótimo de se jogar, principalmente no modo dois players), Ultimate Mortal Kombat 3, Mortal Kombat 2, Sunset Riders, Super SideKicks, além dos já tradicionais KOF's, Real Bout e Samurai Shodown 2.

Cabal, um clássico de 1988.


Cabal, o papa fichas de 1988.



Super SideKicks.


     Outros fliperamas ali no Pé do Morro também merecem ser lembrados, como o Fliper do Toinzim e do Tiago. Não havia novidades em arcades, e os consoles PS1 e PS2 já estavam no auge. Mas eram ótimos pontos de encontro pra tirar combates, trocar uma ideia e se divertir por horas a fio. No Toinzim, zerei Castlevania - Symphony of the Night pela primeira vez na minha vida, além de ser um dos melhores no KOF 99, o arcade dos combates. Já no Tiago, não cheguei a zerar nenhum game por lá, mas rivalizava com os gamers que moravam ali perto. Eu não era o melhor, mas estava sim entre os dez primeiros.
     Voltando para o Primavera, tinha o fliper do Gerssim. Na verdade, era mais um bar e fliperama. Seu nome original era Pica Pau Bar e foi ali onde rivalizei com os melhores em The King of Fighters e Real Bout - Fatal Fury Special, e onde literalmente mais me diverti. Os mesmos que frequentavam a Dona Maria, o Toinzim e o Tiago também davam as caras em tal ambiente. Os arcades que tinham eram: The King of Fighters 2002 e 97; SVC Chaos - SNK VS Capcom, Real Bout Fatal Fury Special, Cadillacs and Dinossaurs e duas "máquinas" que alguns poucos se aventuravam à jogar, que eram Marvel Super Heroes e Samurai Shodowns 2 (esta última tinha a tela toda azul, e dificilmente alguém xuxava uma ficha nela pra jogar). Passei uma boa parte da minha adolescência neste estabelecimento, aprendendo e me aperfeiçoando! Eu não era o melhor, mas novamente, estava entre os dez primeiros. A coisa mudava quando os "forasteiros" de outros bairros apareciam, mas ainda assim, o ranking não mudava muito.  Deve-se citar alguns nomes aqui de bons jogadores de arcades da época que frequentavam aquele local maravilhoso: Douglas (considerado por muitos o melhor de Catalão nos games), Dedê, Jax, Kel, Fofão, Jhonin, Pimpim, Faelzim, Mayk (irmão do Falzim|), Moisés e Derson. Há mais jogadores, mas citei aqui apenas aqueles que realmente eram bons de combate e que eram letais quando iniciavam uma cessão.
     Certamente foi o fliperama mais movimentado daquela época naquelas bandas, e o único na história do Primavera até hoje (tinha um ali perto da Torre, mas não durou muito, então prefiro nem citar).
     
Tela de seleção de personagens de Tekken 2.

     Havia também alguns fliperamas no Bairro São João. O de maior destaque era o fliper da vó do Waltim. Confesso que até hoje eu desconheço o nome da senhora que ministrava o estabelecimento, mas o Waltim era amigo de meu irmão na época, e uma vez ou outra a gente trocava uma ideia. Ainda hoje somos amigos. Este fliper era massa, pois na época só tinha Super Nintendo, e vivenciou um pouco a glória do PS1. Ele ficou um bom tempo ali numa das ruas principais do bairro São João, mas infelizmente veio a fechar suas portas em meados de 2003, 2004, se não me engano. 
     Tinha um outro ali de frente o Colégio Dona Yayá, mas não durou muito também, porque a molecada vivia matando aula pra fazer uma jogatina de horas a fio. Não que o fliper da vó do Waltim fosse desprovido disso, mas esse ficava de o colégio e era um puta flagrante. Ao contrário do primeiro fliper mencionado, este não durou muito.
     Um outro fliperama que durou muito foi um que tinha ali descendo à Praça redonda. Ele vivia lotado e era mais afastado do Dona Yayá, sendo a melhor opção pra fugir dos pais revoltados e do conselho tutelar. Tinha Super Nintendo, depois veio o PS1 e 2, mas infelizmente, também veio a fechar suas portas. Uma pena!!!

Metal Slug - Super Vehicle 001.

     Tinha outros flipers em Catalão, mas infelizmente não dei muito as caras neles. Lembro de um que ficava perto da Igreja do Rosário; tinha o Porcão Games; outro perto da Represa do Clube do Povo e por um breve período, um que ficava nas proximidades do mesmo Marca Tempo, e outro bem próximo ao JK, mas que duraram pouco. 

Alguns personagens de MK Trilogy.

     Não devemos nos esquecer do Sueidi... um fliper que ficava no Setor Universitário. Nele também davam ótimos jogadores (o mesmo Douglas morava próximo deste, e vivia lá). O Sueidi era um cara bem legal, e sempre trocava uma ideia bacana comigo. Eu o conheço desde os tempos de "Fundação" (uma organização espírita que ajudava crianças e adolescentes em vulnerabilidade social). Anos mais tarde ele montou seu fliper, e sempre eu ia até lá, pra bater umas fichas, E o bom é que ele entendia bem do assunto e jogava muito bem. As máquinas que lá tinham não eram novidades, mas ele tinha uma em especial que ninguém teve: Garou - Mark of the Wolves. Em respeito aos melhores gamers que vi jogar ali, citarei os nomes deles: Leno, Telmim, Sussupa, Tony e o próprio Douglas. A única coisa que eu achava ruim era a configuração, que era bem... diferentona. Na verdade, mesmo aqui no DF, atual lugar onde moro, nunca vi uma configuração tão confusa como aquela. Mas fora isso, era tudo massa, tudo foda!
     Agora vem o melhor de todos: a época das barraquinhas! A época da Festa do Rosário. Meu... eu adorava aquela festa só por causa do fliperamas e também por causa do Castelo da Monga, a mulher gorila. Era fantástico! Até os meus oito anos de idade, eu morei praticamente de frente a essa festa. Eram doze dias chutados de congadas, fogos de artifícios, barraquinhas dos mais variados tipos de itens a serem vendidos, desde guloseimas até roupas, brinquedos, etc. Sempre vinham parques de diversões, e é claro, fliperamas. Eu saia da casa de meus avós maternos e já dava de cara com aquela legião de barracas das mais variadas cores e tamanhos, e o primeiro destino eram os fliperamas. Eu era moleque, não sabia jogar, mas achava maravilhoso só o fato de estar ali. Eu perambulava aquela festa toda, descalço, as vezes bem sujinho, fazendo traquinagens. Em alguns anos cheguei a ter o apelido de "Ligeirinho", porque eu catava pá carai, uahahahahaha! Uma vez a minha mão ficou presa dentro do recipiente onde ficavam as fichas da máquina de Pebolim. Tentei ganhar umas fichas na falcatrua, mas minha mãe ficou presa e eu não conseguia mais tirar. O dono do fliper teve que abrir o recipiente pra poder liberar minha mão. Levei um cascudo do dono e o mesmo me proibiu de frequentar o fliper dele até o final da festa. Nem ligava, tinha mais dois ainda na qual me desfrutava e... aprontava! Bons tempos aqueles.

Barraquinhas da Festa de Nossa Senhora do Rosário.

     Mas voltando ao assunto dos games, as barraquinhas eram o melhor local na época onde se podia jogar games novos. Tinha arcades de tudo quanto é jeito e modelo. O único problema era o preço das fichas, mas para quem tinha as condições de bancar à diversão, era entretenimento único e experiência marcante pra toda a vida. Tinha umas máquinas de corrida de formula 1, rally, tiros, discos e até pra testar sua força (tinham mais, só que algumas realmente eu não sei o nome até hoje, kkkkk). E uma legião de arcades que deixava o mais fã de jogos eletrônicos de boca aberta! Era o paraíso pra quem curtia essas paradas!!!

Barraquinhas da Festa de Nossa Senhora do Rosário.

     Infelizmente eu não tenho nenhuma foto daquela época. A tecnologia não era tão avançada quando o assunto era guardar registros, mas felizmente tenho as minhas memórias. De meu nascimento até os meus oito anos, foram maravilhosos, tempo em que morei por ali. Até meados dos anos de 2004... 2005, a festa era boa. Depois destes anos, sinceramente, perdeu praticamente toda a graça. A maioria das coisas boas foram proibidas (inclusive os fliperamas) e atualmente é mais um local onde se encontram políticos que só querem fazer das suas e de bandidos que vão lá pra provocar morte e tráfico (eu mesmo perdi um primo nessa festa, e desde então, nunca mais frequentei tal celebração). Acredito que como antes, nunca será jamais. A tradição e o louvor podem continuar, mas nunca serão como aqueles anos maravilhosos!

Vista aérea da Festa de Nossa Senhora do Rosário.

     Bem, meus caros amigos... este é o fim do primeiro texto do blog. Demorou, mas ficou pronto! Acredito que sempre quando sobrar um tempo, irei publicar algo nostálgico por aqui. Como gosto de escrever unificando verdades e sentimentos, a literatura demanda mais trabalho, mas acredito que uma obra deve ser criada com o máximo de amor e responsabilidade possível. Espero que tenham gostado do conteúdo aqui ministrado. Que este texto tenham levado vocês há uma viagem maravilhosa aos gloriosos anos 90. No mais, espero que todos fiquem bem e até a minha próxima postagem.


Aristóteles Diego, editor e escritor.

Parte 1 - Um pouco da história dos games da década de 70, as rivalidades e os camaradas mais viciados das quebradas!

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